No dia 8 de maio, foi deflagrada na capital cearense uma greve dos operários da construção civil. A decisão foi tomada em uma assembleia geral na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), que definiu realizar mobilizações na Praça Portugal durante as manhãs, a partir das 7h.
O primeiro dia de mobilização foi numa segunda-feira, 12 de maio, e reuniu 4 mil operários, que fecharam a Avenida Desembargador Moreira. Membros do sindicato intervieram em defesa das reivindicações dos trabalhadores e em denúncia às condições de trabalho nos canteiros de obra em Fortaleza (CE) e Região Metropolitana. A entidade forneceu pão, rapadura e água gelada aos manifestantes. Integrantes do Comitê de Apoio ao AND distribuíram edições impressas do jornal.
Após algumas horas, vários trabalhadores saíram da praça caminhando até algumas obras em funcionamento no bairro da Aldeota, exigindo que os operários interrompessem o trabalho e fossem liberados. Às 11h começou a partir da praça uma passeata de pedestres, ciclistas, motociclistas e carros de som, tomando a avenida em direção à praia. A palavra de ordem “Ão, ão, ão, tsunami de peão!” destacou-se entre as demais. Reunindo-se em outra praça próxima à praia, os trabalhadores reforçaram a continuidade da greve por tempo indeterminado até a aprovação das suas reivindicações.
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Camponeses, estudantes e operários denunciaram situação das massas no Brasil e se solidarizaram com a Resistência Nacional Palestina.
No dia seguinte, 13 de maio, novamente às 7h iniciou a concentração dos operários na Praça Portugal, desta vez totalizando cerca de 1.500 pessoas. Logo cedo, parte deles saiu da praça para encerrar os trabalhos que ocorriam na construção de um edifício a dois quarteirões de distância da praça. Os operários entraram na obra exigindo que os trabalhadores interrompessem o serviço, e não saíram do canteiro de obras até que todos os peões descessem dos andares do prédio e fossem liberados. Um trabalhador acendeu duas bombinhas de São João, atraindo a atenção da população que transitava nas ruas e em um shopping próximo.
Enquanto isso, na praça, seis motocicletas e quatro viaturas da Polícia Militar (PM) estacionaram para vigiar a mobilização dos trabalhadores. Um sindicalista pelego condenou a ação do peão que acendeu as bombinhas na construção, alegando que os trabalhadores deveriam “respeitar a determinação da Justiça” que, recentemente, proibiu manifestações operárias a menos de 200 metros dos canteiros de obra.
No terceiro dia, 14 de maio, uma grande quantidade de operários reuniu-se na mesma praça, agora em torno de 3 mil pessoas, o dobro em relação ao dia anterior. Às 10h, começou outra marcha de pedestres, ciclistas e motociclistas que passou perto das sedes de emissoras de TV que, em abril, taxaram de “vândalos” alguns piquetes de trabalhadores, e, por fim, dirigiu-se à rua ao lado da Assembleia Legislativa do Ceará.
Foram feitas algumas falas, dentre as quais se destaca a de um membro do sindicato, que declarou: “Esses deputados, com certeza, passaram pedindo voto nas casas dos trabalhadores. Vamos ficar de olho se eles estão realmente do nosso lado, pois ano que vem é ano de eleição e certamente eles pedirão voto de novo”. Os operários ressaltaram o quão contraditório é a Assembleia Legislativa ser chamada por alguns de “casa do povo”, sendo que se os manifestantes quisessem protestar dentro dela, certamente sua entrada seria negada.
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Publicado em: 2025-05-22 18:11:00 | Autor: Editor Executivo |