Prefeito afirmou que decisão não é dele, mas foi tomada a partir dos indicadores da pandemia
Após anunciar que, a partir da próxima segunda-feira (11), todas as atividades consideradas não essenciais deverão ficar fechadas em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil disse que se sentiu muito mal por ter de dar essa notícia à população. No entanto, segundo ele, a decisão não é dele, e foi tomada com base na irresponsabilidade das pessoas frente a pandemia.
“O negacionismo venceu. Nós estamos chegando na praia. Não podemos morrer na praia. Eu não fiz nada de mais. É muito triste, é muito ruim dar essa notícia para aquele comerciante que vive daquilo, para aquele pai de família, para aquele trabalhador, que, infelizmente, eu não vou te deixar trabalhar porque você vai morrer”, comentou em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes.
Kalil afirmou que não deseja, jamais, ter que abrir covas para enterrar corpos de vítimas do coronavírus. “Eu acabei de chegar em casa, estou arrasado. O Kalil não manda em merda nenhuma. O Kalil simplesmente obedeceu, porque se não, vai sair do controle. Nós vamos ter fila. Eu não vou abrir cova”, completou.
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Durante as festas de fim de ano, a prefeitura teria tentado ao máximo que a população da capital mineira não viajasse para outros lugares, e assim, evitaria a importação da Covid-19. No entanto, isso não teria adiantado.
“Existe uma coisa, Datena, que Belo Horizonte é um exportador de turista. Nunca foi um importador. Então, eu evitei dar o feriado, não emendei o feriado, porque eu achava que iria exportar muito turista, mais do que nós exportamos. E isso traria a doença para dentro de BH”, explica Kalil.
“Eu me senti na obrigação, como chefe de Executivo, de dar a notícia, que vai sair o decreto, para que todos os empresários se preparem, porque eu avisei. Eu fui, eu dei uma coletiva, disse que tivesse juízo, no caso do Réveillon, do Natal. Eu passei o Natal com a minha mulher. Meu filho, com a mulher dele. Meu filho, com a mulher dele. Meu outro filho, com a mulher dele. Eu não vi uma neta, um filho no Natal. No Réveillon a mesma coisa”, completou.