Aos 81 anos e prestes a completar 65 de trajetória musical, Mateus Aleluia reafirma sua vitalidade criativa e espiritual com o lançamento de seu novo álbum solo, Mateus Aleluia. O trabalho, que chegou às plataformas no dia 9 de maio pelo selo Sanzala Cultural com apoio do Rumos Itaú Cultural, é um mergulho profundo na linguagem universal do amor, conduzido pela sabedoria e liberdade artística de um mestre que permanece aprendiz.
Primeiro disco a levar seu próprio nome, Mateus Aleluia apresenta seis canções inéditas interligadas por transições orquestradas, revelando a fluidez de uma obra que se coloca como rito e travessia. Com produção musical, arranjos e regência de Tadeu Mascarenhas, o álbum reafirma a força do afeto como elo ancestral e universal. “Eu mergulhei. E quem quiser me ver, vai ter que mergulhar também”, provoca o artista.
Natural de Cachoeira (BA), ex-integrante do lendário grupo Os Tincoãs e pesquisador da ancestralidade pan-africana, Aleluia vem expandindo as fronteiras da música popular brasileira desde a década de 1960. De suas experiências em Angola às investigações sobre os cantos sagrados do candomblé, sua obra pulsa em sintonia com a espiritualidade, a memória coletiva e os ciclos do tempo.
Em Mateus Aleluia, o amor não é tratado como ideal romântico, mas como energia vital, presente nas pequenas revelações do cotidiano, na dor e no prazer, na natureza e no outro. “Tudo é amor”, diz. A música “Pantera Negra”, por exemplo, ecoa sua consciência racial e convoca à luta antirracista, enquanto outras faixas abrem espaço para interpretações filosóficas e sensoriais.
Com capa ilustrada por Athos Sampaio e previsão de edição em vinil, o disco também propõe uma escuta ativa e profunda.
“Cada um vai criar sua própria música dentro daquela música”, resume Aleluia, que mais uma vez nos convida a caminhar ao lado da beleza, do mistério e da transcendência.
Mateus Aleluia não canta da superfície. Sua voz emerge do fundo do rio, onde habitam os segredos do tempo e da alma — e ali, entre o silêncio e o sagrado, ele ainda respira, pleno de vida e ancestralidade.
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Publicado em: 2025-05-19 19:49:00 | Autor: <span>SOM.VC</span> |