Uma série de 29 ataques aéreos dos EUA teve como alvo a capital do Iêmen, Sana’a, e as províncias de Amran e Ma’rib no sábado, informou a imprensa iemenita. As Nações Unidas expressaram preocupação com a crescente ameaça aos civis em meio à intensificação do conflito.

A TV Al Masirah, do Iêmen, informou que os ataques aéreos dos EUA na noite de sábado atingiram infraestruturas importantes no oeste do Iêmen, incluindo o porto e o aeroporto de Hodeidah, bem como áreas residenciais em Sana’a e arredores.

O número total de vítimas ainda não foi confirmado, mas os primeiros relatórios indicam várias mortes e ferimentos de civis.

Fontes locais disseram que duas pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas em ataques ao bairro de Al-Nahda, no distrito de Al-Thawra.

Outros feridos foram registrados perto do cemitério Majel Al-Damma, no distrito de Al-Safiyah, e em outras partes da capital.

Os militares dos EUA confirmaram que tinham como alvo instalações de combustível no porto de Ras Isa, em Hodeidah, alegando que os ataques tinham como objetivo “enfraquecer a capacidade econômica da Ansarallah”.

Em resposta, o porta-voz militar do Ansarallah, Yahya Saree, anunciou que as defesas aéreas do grupo haviam abatido um drone MQ-9 dos EUA que realizava operações de combate sobre Sanaa. Esse é o sexto drone dos EUA abatido no Iêmen em abril.

Resposta internacional

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou alarme sobre os ataques mortais dos EUA realizados em 17 e 18 de abril.

De acordo com dados do Ministério da Saúde do Iêmen, os ataques mataram pelo menos 80 pessoas e feriram outras 150.

O porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, destacou as preocupações do Secretário-Geral sobre a possibilidade de um desastre ambiental no Mar Vermelho, após os ataques às instalações de petróleo no Porto de Ras Isa. Ele também observou que cinco trabalhadores humanitários estavam entre os feridos.

Ao mesmo tempo em que conclamou a Ansarallah a cessar as operações contra as embarcações norte-americanas e israelenses, Guterres pediu a todas as partes que tomassem medidas imediatas para diminuir a escalada e evitar uma maior deterioração da situação.

Os últimos ataques dos EUA fazem parte de uma campanha militar em andamento que começou em meados de março, após o recrudescimento das operações marítimas da Ansarallah no Mar Vermelho e no Golfo de Aden.

As operações da Ansarallah são uma resposta à guerra genocida em curso de Israel em Gaza.