Na noite de segunda-feira (10/02/2025), o Terreiro Ilé Iyá Omi Axé Iyamasé, também conhecido como Gantois, situado no bairro da Federação em Salvador, foi o cenário de uma significativa celebração. O evento marcou os 131 anos do nascimento de Mãe Menininha do Gantois e os 33 anos de existência do memorial em sua homenagem, que preserva o legado de uma das maiores líderes religiosas da história do candomblé.
A celebração contou com a presença de autoridades civis, membros da comunidade do candomblé e representantes da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA), que apoia o projeto Agô Bahia, destinado a valorizar as religiões de matriz africana. Durante o evento, foram realizadas palestras e apresentações musicais que reforçaram o papel central de Mãe Menininha na história do candomblé e sua influência na cultura baiana. Mãe Carmen, atual ialorixá do Gantois, conduziu a cerimônia, reafirmando o compromisso de preservar as tradições e os ensinamentos deixados por Mãe Menininha.
O projeto Agô Bahia, uma iniciativa da Setur-BA, tem se destacado pelas ações voltadas para a preservação e a promoção do patrimônio cultural das religiões de matriz africana. Como parte de suas atividades, o projeto também promoveu melhorias no Terreiro de Gantois, espaço que, além de ser um centro espiritual, serve como um ponto turístico e cultural de grande importância para a cidade. A historiadora Tanira Fontoura, Egbomi de Iemanjá do Gantois, destacou em seu discurso o trabalho realizado para garantir que o memorial se mantenha como um centro sociocultural, religioso e acadêmico, com atendimento diário aos visitantes.
“Ao longo dos anos, o memorial se consolidou como uma verdadeira pérola patrimonial. Através dele, conseguimos realizar ações que atendem à demanda de diversas áreas, mantendo o legado de Mãe Menininha vivo, tanto para as gerações atuais quanto para as futuras”, afirmou Fontoura.
O evento também foi uma oportunidade para destacar o impacto do Agô Bahia em outras comunidades religiosas de Salvador. Segundo Paulo Sobrinho, coordenador do projeto, o Agô Bahia tem atuado não apenas no Gantois, mas também em nove outros terreiros, com a implementação de melhorias e a criação de roteiros turísticos que respeitam a tradição e o comportamento esperado dos visitantes.
“Essas intervenções têm permitido que o público compreenda de forma respeitosa a importância desses espaços, tanto no âmbito espiritual quanto cultural”, completou Sobrinho.
O Terreiro de Gantois, fundado em 1849 por Maria Júlia da Conceição Nazareth, uma africana liberta, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O memorial, que ocupa um espaço dentro do terreiro, reúne mais de 500 peças históricas, incluindo documentos, fotografias e objetos rituais e pessoais de Mãe Menininha. A visitação ao local é aberta de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h, com horário reduzido aos sábados, das 9h às 12h.
A memória de Mãe Menininha e seu impacto na história do candomblé continuam a ser celebradas e preservadas, não apenas através de sua história, mas também por meio de ações como o Agô Bahia, que reforçam o compromisso com a valorização das tradições religiosas afro-brasileiras e o fortalecimento de espaços culturais e espirituais como o Gantois.
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Fonte: jornalgrandebahia.com.br
Publicado em: 2025-02-13 03:00:00 | Autor: Redação do Jornal Grande Bahia |