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CAMPO FORMOSO BA. CRÔNICA DE UMA FEIRA LIVRE. I EVANDRO GALDINO DA SILVA, (Coco). O Vendedor de Gengibirra.

A receita desta bebida foi trazida pelo o Italiano Egizio CIni vindo da região de Veneto que com a família vieram para o Brasil no século XIX, com o objetivo de se instalar em Palmeiras, estado do Paraná em terras doadas pelo Imperador Dom Pedro II

A gengibirra vem da junção de duas palavras gengibre e birra (cerveja em Italiano) na Itália ela era tratada como uma cerveja de gengibre mesmo não sendo alcoólica. Para ficar pronta, a bebida passa por um processo de fermentação igual ao da cerveja. É uma bebida que preserva até hoje a receita daqueles que a introduziram no Brasil ainda no século dezenove e por isso reforça a sua importância histórica.

Por volta dos anos vinte, está deliciosa bebida chegou a Campo Formoso, através do Sr. Antônio Barbosa da Silva conhecido por Antônio Mocó, que foi até sua morte zelador da Histórica Igreja da Gameleira. Ele negociava sua gengibirra na feira livre de nossa cidade e tinha como jargão, que pronunciava constantemente em voz alta, “Olha o mocororó, toma da minha que é mió.”

Com o passar dos anos surgiram outros moradores locais que produziam também a bebida fermentada, foram eles: José Caximbeiro, João Roberto, Velho Norberto, Antônio Tempero, João Claudionor e o Sr. José Patrício, de Tuiutiba.  Nos primórdios dos festejos de nosso padroeiro Santo Antônio, em décadas diferentes, eram presença constante nas saudosas barraquinhas da praça da Matriz.

Atualmente mantendo a tradição desta secular bebida, temos ainda em Campo Formoso o Sr. Evandro Galdino da Silva, conhecido por Coco, nascido 06 de outubro de 1948, residente à rua das Ametistas bairro Mutirão; filho de Galdino Francisco da Silva e Alice Izabel de Jesus é casado com Maria do Socorro dos Santos, é pai de quatro filhos: Eraldo, Janete, Rita de Cassia e Manuela Mirada da Silva (Falecida), são 04 netos e 02 bisnetos. Evandro Galdino, produz a gengibirra de forma artesanal há mais de dez anos por encomenda, e também vende semanalmente aos sábados em uma barraca em nossa feira livre. Toda a produção de um barril é consumida em um só dia por uma freguesia cativa e sempre presente. Como diz o popular,” não chega para quem quer”. Evandro relata que aprendeu a fórmula da bebida com descendentes do Sr. José Caximbeiro, todos já falecidos.

Segundo o mesmo, os segredos para a produção de uma boa bebida são: os ingredientes em dose certa, boa fermentação e ser envasada em barril de madeira envelhecida conhecida por Candeia, imprescindível que suas tábuas sejam cortadas em noites de quadra de lua nova, com o machado embebido por três dias em folhas de alecrim. O barril em sua formação deverá ser vedado com cera de abelhas Mandaçaia.

Os filhos de Evandro Galdino da Silva, não tem dado demonstração que queiram aprenderem a receita da gengibirra, e, para que não se perca nos caminhos do tempo, Evandro, não se nega a passar a fórmula para aqueles que o procurarem.

Comenta-se que em 1949 em visita a nossa cidade o Governador da Bahia, Octávio Mangabeira e comitiva, ao descerem do trem de ferro em nossa Estação Ferroviária, foram recepcionados, pelas autoridades locais, e logo após as formalidades de praxe, o Governador se dirigiu a banca do Sr. Antônio Mocó e tomou dois copos de gengibirra, oferecendo aos demais comentou que era das melhores que já tinha saboreado.

Por: Historiador José Carlos Martins

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